ENGANA-SE QUEM PENSA
QUE MATURIDADE tem a ver apenas com a idade. Tem a ver também com as
experiências. E com a intensidade dessas experiências.
Tempo, experiência e intensidade: este conjunto serve para
definir a nossa maturidade diante da vida. O tempo é a seqüência ininterrupta
dos segundos que se passam e contra o qual somos insuficientes. Não podemos
pará-lo. Algumas pessoas dizem que com o passar tempo tudo se resolve; outras
dizem que ele apenas passa. Pouco importa. O tempo está aí e vivemos nele. A
questão é: como aproveitamos o tempo?
No tempo fazemos as nossas experiências. Tudo na vida é
experiência. Algumas são boas e a gente repete; outras são péssimas e aí a
gente esquece. Ou não. Não é preciso fazer experiência de tudo o que a vida
oferece, mas é preciso assumir com responsabilidade as conseqüências de todas
as experiências feitas. Outras experiências a gente não escolhe, mas a vida
apresenta. E mesmo estas são necessárias assumir.
O tempo não permite desfazer uma experiência feita, nem tão
pouco antecipar uma experiência autêntica que ainda não temos a capacidade de
fazer. Por isso é preciso fazer da intensidade o diferencial de toda
experiência. Se for para fazer, se for para viver, então que seja intenso. Que
valha a pena. Verdadeiramente.
O tempo, a experiência e a intensidade são inseparáveis para
a maturidade. Por isso é que há adolescentes de quinze anos maduros e quarentões
imaturos. Há jovens que vivem intensamente. Há quarentões que não têm ardor
para viver. O mais importante, creio, é que a maturidade é um processo. Um
processo que exige tempo. Um tempo que é o mesmo para todos, mas vivido e
aproveitado com experiências diferentes. Maturidade, então, é ter coragem e
ousadia para assumir experiências e escolhas. Sejam as que fazemos livremente,
sejam aquelas que a vida nos oferece para crescermos. (Gilson)